segunda-feira, 20 de março de 2017

Heitor Férrer diz que sistema de saúde condena pessoas à morte



O deputado Heitor Férrer (PSB) disse, durante o primeiro expediente da sessão plenária da sexta-feira (17/03), que as pessoas que buscam um tratamento no sistema público de saúde estão sendo condenadas à morte, porque não são atendidas. Segundo ele, apesar de a Constituição vedar a pena capital, na prática, estão acontecendo execuções pela precariedade dos serviços oferecidos pelo Estado.

Apenas no Hospital Geral de Fortaleza, há uma fila de 8.278 pacientes esperando por uma cirurgia, de acordo com o parlamentar. Ele declarou que o Brasil tem a 14ª carga tributária do mundo, em percentuais do PIB semelhantes aos de países da Escandinávia, porém os serviços públicos são de péssima qualidade, na sua avaliação.

“Enquanto na Suécia, Dinamarca e Noruega o cidadão não se preocupa com escola, saúde ou segurança pública, no Brasil, mesmo com os altos impostos pagos pela população, não há serviços de qualidade”. O parlamentar explicou que, por conta da precária segurança pública, diariamente morre por assassinato no País o equivalente à queda de um Boeing. “Como são assassinatos difusos, as 150 mortes diárias não chegam sequer a gerar manchetes”, assinalou. 

Para exemplificar o estado lamentável da segurança pública, Heitor Férrer informou que atendeu recentemente em seu consultório, por cortesia, “um paciente condenado à morte por câncer”. Ele explicou que a pessoa foi diagnosticada, através de endoscopia, e não há para onde encaminhá-lo, porque o Instituto do Câncer rompeu convênio com o Estado, por conta de dívida de R$ 28 milhões. 

O deputado socialista também fez uma avaliação da privatização do Aeroporto Internacional Pinto Martins. Ele se manifestou favorável, porque o “Governo não pode sair das suas principais funções para realizar serviços que devem ser entregues à iniciativa privada.

Em aparte, o deputado Gony Arruda (PSD) disse que é momento de se fazer reflexão sobre privatizações e concessões. Ele destacou que a iniciativa foi modelada no governo da presidente Dilma Rousseff. “Entendemos que o Estado deve se concentrar em serviços essenciais. Mas a bem da verdade, no passado, os petistas foram contrários."

JS/AT

Agência de Notícias da Assembleia Legislativa

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