sexta-feira, 31 de março de 2017
Vendas no varejo cearense pioram em janeiro e registram recuo de 3,9%
Entre dezembro de 2016 e janeiro de 2017, o volume de vendas do comércio varejista cearense piorou, ao registrar nova queda de -3,9% – bem acima da retração de 0,9% do mês anterior. Com o isso, na variação anual, o resultado é 11,7% pior do que janeiro de 2016, sendo que, nesse intervalo, a queda acumulada é de 6,8%. No varejo ampliado – que inclui os setores de veículos e materiais de construção –, a queda anual é de 6,3%, sobre igual período de 2016 – enquanto que, em 12 meses, a retração chegou a 9,4%. Os números constam da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada, ontem, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na passagem mensal, conforme o levantamento, o Ceará apresentou a segunda maior retração setorial do Nordeste, atrás, apenas, de Sergipe (-5,8%). Entre as maiores perdas do varejo ampliado – cujo cálculo é feito em separado porque os dois setores também vendem para o atacado, o Ceará aparece em sexto lugar, em relação a janeiro de 2016. Nessa base, todos os estados nordestinos estão em queda – generalizada em todo o País – sendo as menores quedas observadas, em Paraíba (-2,9%) e Alagoas (-0,8%).
As duas únicas exceções do País foram Rio Grande do Sul e Santa Catarina, cujas altas foram de 4,3% e 4,8%, respectivamente.
No País, as vendas do comércio também caíram novamente, em janeiro (-0,7%) – embora em menor intensidade que a observada em dezembro (-1,9%). Na comparação anual – entre os meses de janeiro de 2017 e 2016 –, o varejo encolheu pelo 22º mês consecutivo, registrando -7% nessa base de comparação. Considerando o varejo ampliado, o recuo mensal foi de 0,2%, sendo que, na comparação com janeiro de 2016, houve queda de 4,8%. No acumulado, em 12 meses, a perda chega a 7,9%.
Regiões
Na passagem mensal, das 27 Unidades da Federação, 14 apresentaram variações negativas no volume de vendas, em relação ao mês imediatamente anterior, na série com ajuste sazonal, sendo que Bahia não variou. Os destaques, em magnitude de queda, foram Roraima (-16,8%); Distrito Federal (-14,2%) e Goiás (-11,6%). Enquanto isso, Paraná (-1%), Mato Grosso do Sul (-0,6%) e Maranhão (-0,2%) formaram os estados com recuos menos acentuados. Já entre os que cresceram em vendas, destacam-se Rio Grande do Sul (11,7%), Mato Grosso (8,8%) e Alagoas (7%).
No Ceará, acompanhando a piora nas vendas do setor varejista, em janeiro, a receita nominal também registrou queda em relação a dezembro, de -4,5% – acompanhando o resultado negativo de 1,1% do mês anterior. Na comparação com igual mês de 2016, a retração observada é de -5,6%, embora, no acumulado entre os meses de janeiro, o saldo seja positivo, com alta de 4,4%. Considerando o varejo ampliado, a receita caiu 2,9% em relação a janeiro de 2016, sendo a queda bem mais intensa que -0,4% de dezembro. Já em 12 meses, a perda caiu de -1% (dezembro) para -0,6%.
Por atividades, no Estado, entre as maiores quedas observadas nas vendas, sobre janeiro de 2016, estão livros, jornais e revistas (-44,6%); móveis (-36,2%); eletrodomésticos (-20,1%); hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-16,6%); e tecidos, vestuário e calçados (-17,4%). Por outro lado, apenas três atividades registraram crescimento, nessa base de comparação, como é o caso de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (21,7%); materiais de construção (19%); e veículos, motocicletas, partes e peças (1%).
Conjuntura
Após recorde de perdas e quedas generalizadas em 2016 – quando as vendas no varejo encolheram 6,2% –, o varejo restrito apresentou perdas generalizadas em janeiro. Enquanto a comercialização de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação recuou 4,8%, as vendas de combustíveis e lubrificantes caíram 4,4%. “Os setores que caíram refletem uma conjuntura desfavorável para economia”, afirmou a coordenadora da pesquisa no IBGE, Isabella Nunes. “O ambiente interno melhorou um pouco por causa de inflação e juros, mas há pressão forte que vem do mercado de trabalho, com desemprego alto e renda em baixa”, acrescentou.
No início do mês, a Petrobras anunciou aumento nos preços do diesel nas refinarias, reduzindo os apenas no fim de janeiro. “Os combustíveis são reflexo também do menor ritmo da atividade. Com a economia devagar, há menos transportes de cargas, fretes e mercadorias”, afirmou Nunes. Na outra ponta, as vendas de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, atividade de maior peso na estrutura do varejo, apresentou avanço de 0,2% no período.
Fonte: O Estado CE
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