sexta-feira, 24 de março de 2017

Projeto descabido



O projeto do VLT de Sobral foi e continua sendo infeliz em diversos aspectos. Primeiro por não ter sido discutido com a população. Foi uma obra imposta pelo governador Cid Gomes, que sonhou com a necessidade de socar "metrôs" dentro de uma cidade que sequer conhece sistema de transporte coletivo. 

O pecado se estendeu às desapropriações mal feitas, aos crimes ecológicos ocorridos com o corte de dezenas de árvores e o desconforto da convivência com um  Há lugares em que se os moradores colocarem os pés sobre calçada o trem corta. Ninguém aguente um monte de ferro buzinando incessantemente e fazendo tremer as paredes das casas.

Os moradores da John Sanford nunca irão esquecer da humilhação a que foram expostos. Por mais que o tempo passe as marcas serão sempre vivas no transtorno cotidiano. Eles não pediram VLT, nem tampouco pediram o fim do tradicional sossego que tinham na histórica avenida. O projeto do trem fantasma mudou o perfil de uma das mais concorridas artérias da cidade, tirando dos moradores o direito de sentarem às calçadas com os vizinhos.

Não fosses esses infaustos, o projeto megalomaníaco também inseriu uma estação na rotatória do Arco de Nossa Senhora de Fátima, onde o todo-poderoso governador mostrava toda a sua força e poder. Dessa atitude idiota, o trânsito naquela região se transformou num inferno diário. Quem enfrenta o percurso de manhã, ao meio-dia e à noite, não tem dúvida nenhuma de que a estação do Arco não passou de um gesto de loucura.

E depois de toda sofrência, de todo padecer, de toda irritação e xingamento, o que é que se tem, senão um monstrengo de duas cabeças correndo acima e abaixo, sem passareiros que dê sequer um décimo da capacidade do transporte, mas que não para por simples capricho e orgulho dos imperadores. E haja prejuízo, transtorno e abuso de autoridade.






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